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1A: Por uma conferência de paz

Findo o primeiro ano de uma guerra motivada pela ditadura oligárquica de Putin, a UE deve realizar uma viragem em direção à paz, estabelecendo tratados de não-agressão entre estados europeus e a recusa de alinhamento em disputas entre potências, e respeitando o direito de todos os povos à autodeterminação. Por isso, é urgente uma Conferência de Paz para a Ucrânia, sob o impulso da ONU e da UE, acompanhada de uma travagem na corrida ao armamento. Neste sentido, a UE deve agir com coragem, apostando na não na inelutabilidade da guerra, o que passa necessariamente por um maior envolvimento da sociedade civil e dos movimentos que pugnam pelo diálogo.

Os Estados europeus não podem ficar à espera das decisões dos EUA ou da China e devem assumir a responsabilidade da construção de caminhos de paz para a Ucrânia. No entanto, conservando a sociedade da aparência como construção hegemónica de poder, os líderes neoliberais do «Ocidente», von der Leyen e Biden, alertam para a defesa de mulheres e crianças, mas anunciam, há um ano desta parte e sem fim aparente, o envio de armas, armas e mais armas.

Esta política interessa a quem vive do negócio da guerra. Poupar vidas para os que ganham com a guerra não é assunto nos debates de estratégia belicista que os media apresentam. Para quem vive do negócio da guerra, a paz não é nem será opção. Mas não nos enganemos: nenhuma liberdade chegará à boleia de um tanque de guerra. Recordemos, também, que a direita neoliberal, que nunca sai à rua por um direito social ou trabalhista, foi a primeira a pedir a intervenção da NATO. Enquanto aceitarmos que os Estados são os únicos atores da história e não entrarem em cena as resistências populares, teremos um horizonte de guerras, nas quais os Estados são os responsáveis, e não as populações.


Miguel M. Correia

Faculdade de Letras da Universidade do Porto




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