A História Repete-se: A Vitória do Partido Fratelli d’Italia

Todos conhecemos a história: há aproximadamente 100 anos, a Europa enfrentava uma das maiores crises após a Primeira Guerra Mundial. A crise económica e industrial, a consequente falta de empregos e o sentimento de frustração social intensificaram-se. A população deixou de sentir os seus interesses defendidos e de confiar nos líderes que a representava. Neste contexto, o crescimento do socialismo justificou a emergência de partidos de extrema-direita. Líderes, como por exemplo, Mussolini e Hitler, exploraram as inseguranças do povo com as suas declarações diretas e provocantes, levando a melhor nas eleições. Contudo, o desfecho destes acontecimentos não pode nunca ser esquecido. Estes líderes tomaram conta das suas nações, implementando ditaduras totalitárias. Aboliram a liberdade de voto, de imprensa e de expressão, perseguindo, inclusivamente, os seus opositores.

No passado domingo (25 de Setembro), o partido italiano de centro-direita, Fratelli d’Italia venceu as eleições com uma percentagem de 26% dos votos. Georgia Meloni, agora primeira-ministra italiana, não esconde as suas posições xenófobas, racistas e apresenta-se como grande simpatizante do ex-líder fascista, Benito Mussolini. Entoa lemas nacionalistas e insurge-se contra o euro e a União Europeia. O claro crescimento desta ideologia em toda a Europa é uma preocupação geral que chega a ser assustadora. São, neste momento, dez os países da União Europeia governados por partidos políticos de direita nacionalista ou extrema-direita. A democracia demonstra-se fragilizada, algo que muito se deve a líderes responsáveis por criarem situações de instabilidade política, económica e social. Os eleitores estão insatisfeitos com as condições que lhes são dadas, muitas vezes negligenciados e esquecidos pela instituição que melhor os devia representar.

A Europa não pode deixar de se lembrar da história, a que não foi vivida por nós, mas pelos nossos antigos que, na sua maioria, já cá não estão para nos lembrar das consequências das escolhas em situações mais extremas. Estamos a assistir a uma desvalorização de todas as lutas que travámos e ainda permanecem. Georgia Meloni, co-fundadora do partido Fratelli d’Italia, entre outras barbaridades, defende políticas anti-migração, é contra o aborto e pretende acabar com o direito ao casamento gay. Enquanto jovem responsável pelo futuro da sociedade, não posso deixar de me e de vos questionar, que valor tem a nossa liberdade e se não existirão saídas melhores.