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Afinal não estamos todos juntos

Quando a guerra na Ucrânica despertou, foram muitos os líderes que reforçaram o discurso do "ou vamos juntos, ou não vamos". Claramente, estavam todos a mentir, porque, agora, a caminho do 9º mês de guerra (irónica a coincidência com o tempo de gestação) a NATO nunca esteve tão descoordenada.


Podemos discutir se, eventualmente, alguma vez a NATO pareceu unida. É discutível. O que é indiscutível, na minha opinião, é sua situação atual. Desde as ameaças turcas sobre a entrada da Finlândia, até ao novo programa económico americano - que, basicamente, destrói aquilo que teria sido o apoio à Europa, muito mais prejudicada pela guerra em comparação com os americanos ou com os canadianos - a NATO parece-me frágil, sem vida, e essa é a mensagem que estamos a transmitir à Rússia.


Não quero estar a forçar um discurso ultra-pessimista e, ao mesmo tempo, federalista...mas cá vou eu. A Europa já não ganha nada com a NATO, se na Guerra Fria a instituição dava-nos projeção política de superpotência, agora só nos arrasta para um buraco económico, em sempre somos puxados pelo Big Boss (qualquer que seja o Presidente dos Estados Unidos).


Sejamos sinceros, aqueles que defendem a continuação da NATO são os mesmos que não conseguem ver a importância das nossas relações económicas e políticas com a China e a Índia. São os mesmos que defenderam uma visita de Estado imprudente de Pelosi a Taiwan, que em muito ameaçou as relações diplomáticas europeias e chinesas. São os mesmos que não conseguem ver a Guerra na Ucrânia como uma faca de dois gumes, a presença da superpotência americana a arrastar-se pelo Este como parte da equação para o início da guerra, embora continue a defender, sempre, uma resposta pacífica e diplomática.


Temos de ser sérios, a NATO já não está a funcionar e o novo plano económico americano destrói qualquer discurso ainda existente de que estamos a fazer isto todos juntos. Não estamos. Resta à Europa, na minha opinião, fazer o seu caminho, para, cada vez mais, ser independente do Big Boss, ser capaz de se defender sem a ajuda dos americanos, ser capaz de estruturar as suas próprias relações bilaterais diplomáticas e financeiras.


Estamos a ser arrastados para o abismo e não estamos a reagir!


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