top of page

As Monarquias Não Servem Bocas Esfomeadas

Atualizado: 29 de set. de 2022

Depois do mundo ter assistido à morte da matriarca Isabel II, as notícias, as coberturas em direto, o preto, abalaram o mundo inteiro. Garanto-vos que o que mais me abalou, pessoalmente, foram as falsas lágrimas e os 3 dias de falso luto…Nem sei como é que me permaneci de pé depois de tão grande choque.

Não estou a dizer que não devamos lamentar a morte de uma pessoa, uma velhinha muito caricata e com uma família muito engraçada que mora numa moradia grandita no centro de Londres, também não estou a dizer que não possamos usar o preto, penso que está fora de moda, mas não me cabe a mim roubar comentários à SIC Caras. Cabe-me a mim, sim, comentar a Europa, o seu presente e o seu futuro. E se o presente serve-nos com monarquias envelhecidas e pouco progressistas numa Europa que faz o esforço para não o ser, algo tem de mudar no futuro próximo.

A semana passada falei sobre o desastre do Inverno que se avizinha na Europa e a minha tese de hoje mantém-se muito coerente com o assunto anterior: as monarquias não servem bocas esfomeadas, também não aquecem casas congeladas, também não pagam contas milionárias de gás e eletricidade. É pura matemática. As heranças destas famílias reais servem-se a si próprias e às próximas gerações e a única preocupação para com o púbico é a de aparecer à janela e acenar.

É agora que os meus amigos monárquicos me vão tirar a cabeça, tal como fizemos à Maria Antonieta. Estão à vontade para o fazer, aliás, até agradeço que o façam, esta é a parte boa de estarmos a viver uma república. Posso apreciar o meu desgosto pela monarquia sem ser preso! Gosto sempre de ter debates acesos com monárquicos, mas o que eu gosto mais é de ver as partilhas das fotos da família real portuguesa, comovo-me sempre com o bigode do Sr. Doutor Duarte Pio, Duque de Bragança, ou deverei dizer Rei de Portugal? Estas formalidades de títulos deixam-me sempre confuso.

Tenho medo de ter desiludido os meus leitores semanais, por ter trazido um tema tão irrelevante, mas não podia deixar escapar a janela de oportunidade para deixar bem clara a minha opinião sobre a irrelevância das monarquias na Europa. Prometo que para a semana voltaremos a assuntos pertinentes e dignos de estudo e leitura! Até lá, poderão debater-se do porquê de ter escrito esta crónica 3 semanas depois da morte da Rainha, a verdade, caros leitores, é que decidi deixar passar os dias de luto mais insignificantemente atribuídos na República Portuguesa, tinha medo que me aparecessem 2 guardas à porta, com aqueles chapéus peludos, e me levassem prisioneiro para as masmorras daquela grandita moradia no centro de Londres. Por favor, não, uma casa aquecida às custas do sangue colonial…

Comments


bottom of page