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Europa 2.0

O termo ganhou popularidade depois de um discurso dado por Olaf Scholz, onde, pela primeira vez, mencionou de forma aberta as suas ideias para o futuro da Europa. Muitos são os que a têm pensado, Macron é um constante pensador público da instituição europeia e Scholz decide-se juntar a esta tertúlia com ideias semelhantes às do homólogo francês.

Para o Chanceler alemão, é fundamental que uma reforma aconteça em três pilares da União Europeia:

  • Na defesa: Com o aumento do investimento nos exércitos e com a diminuição gradual da autonomia dos estados-membro sobre o assunto, tendo mencionado o projeto da defesa aérea europeia como prioritária. Macron já teria falado sobre a existência de um exército europeu, por isso, este seria um primeiro passo. É importante relembrar, que a Alemanha mudou, drasticamente, a sua política sobre armamento e defesa com o início da guerra na Ucrânia.

  • Na utilização de vetos nas votações por unanimidade: as votações sobre defesa e política estrangeira requerem uma votação por unanimidade o que, segundo Olaf Scholz, atrasa decisões urgentes. Podemos vê-lo com a ameaça de veto a um novo pacote de sanções à Rússia, por parte da Hungria.

  • Nas políticas de alargamento: com as anteriores duas reformas feitas, seria possível avançar para o alargamento dos estados em processo de avaliação há vários anos. No entanto, sem isto, o Chanceler não vê forma de permitir a entrada de mais membros num futuro próximo.

A requisição de reformas na União Europeia é o que faz o projeto avançar. Estes pedidos surgem numa época em que a União Europeia se encontra sobre uma pressão histórica. Se nos últimos anos assistimos à crise económica, à crise dos refugiados e à anterior crise bélica com a Rússia, em 2022, assistimos a tudo isso, enquanto estamos num vai-vem de crise pandémica. Pensar a Europa neste momento, é prepará-la para mais e pior que pode ainda vir, é necessário reformular a instituição o mais rápido possível.

O plano de futuro europeu de Scholz parece-me a nossa melhor hipótese neste momento. Não podemos aceitar a Ucrânia, a Moldávia e a Georgia, na atualidade que nos encontramos. Ainda dependemos, em certa parte, de decisões unânimes em matérias fulcrais para o bom funcionamento da UE e, como não vemos uma mudança de política euro-céptica por parte da Hungria e da Polónia, o melhor é fazer com que o projeto ande sem precisar de esperar por aqueles que não acompanham a democracia livre.

Obviamente que a Europa 2.0 não se pode resumir a estes três pontos, acredito que a Europa 2.0 precise de acumular poderes jurídicos, económicos, legislativos e culturais, que ainda lhe falta acumular, mas isso falarei daqui em diante.


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