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O futuro que esperamos da Europa

Micaela Henriques, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa


2022 é o ano da juventude europeia. Por esse motivo, hoje, jovens de todos os cantos da União Europeia ganham espaço para dar voz às suas preocupações sobre o futuro. Mas, teremos todos acesso da mesma maneira a participar no debate que, no fundo, é acerca de nós? Nos últimos anos, a Comissão Europeia tem vindo a desenvolver inúmeros projetos que visam a promoção da cidadania, dos valores e da identidade europeias, tais como o DiscoverEU. Porém, apesar dos esforços das instituições europeias, os jovens, sobretudo de áreas periféricas ou de classes mais baixas não conseguem desenvolver sentimentos de pertença a esta união. A informação está online, contudo, nem todos sabem onde que a encontrar e, aqueles que sabem nem sempre possedem os meios para poderem participar. Para alguns de nós programas como o ERASMUS+ não são nenhuma surpresa todavia, a grande maioriados jovens não participa. Segundo a Agência Nacional de Erasmus em Portugal “apenas cerca de 10% dos estudantes que terminam o ensino superior têm uma experiência de mobilidade ERASMUS em Portugal”. Esta participação é dificultade muitas vezes devido à falta de informação. A maioria dos jovens não sabe da existência dos apoios financeiros dados aos participantes, por exemplo. Em períodos da história como o que vivemos neste momento nos quais a extrema direita tem vindo a ocupar um lugar expressivo no nosso velho continente é importante relembrar aquilo que nos une. Mas, cabe-nos a nós perceber que a UE não pode ser apenas para aqueles que têm informação ou meios financeiros para usufruir dos programas existentes. No futuro, a Europa tem de ser para todos: aqueles que vivem em áreas periféricas, aqueles que não têm acesso à informação e para aqueles que apesar de terem conhecimento dos programas existentes não têm possibilidade de poder usufruir dos mesmos. O futuro que esperamos para a Europa tem de ser igualitário e incluir todos os cidadãos da União. É através da inclusão que todos se sentiram parte desta organização.

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